segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Tempestade


Que força é esta que rasga
O véu lúgubre do firmamento...
que causa frêmito e tormento,
Iluminando a amplidão enegrecida
E assustando o tempo e a vida?
Bem se vê que esta força incontida
Gela a alma e ofusca a visão
Dos incautos homens.
Teria esta força um nome
_Como se pudéssemos nominar
O que causa espanto
E que é completo por si só?
Para uns é êxtase.
Para outros é chama.
Há os que ainda,
Antes que tal brilho se finde,
Evocam o Santo Supremo.
Solertes, espremem num canto,
Exprimindo cantos de espanto
E cânticos de resguardo.
Entre as pedras de seus medos,
Emudecem-se na sacra espera
Do trovão que chega tardio,
Ribombando nas entranhas invadidas
Da noite fugazmente iluminada.

Nenhum comentário: