domingo, 10 de abril de 2011

VALÉRIA

          E que me venham os minutos
          Caindo  como vespas
          Que me venham falar imediatices;
          Que me venham falar de coisas fugazes.
          Estarei imune a este tipo de cumprimento de dever em horas
          Pois, ora, estou em estado de êxtase profundo
          Que recaia sobre mim o mundo,
          Pois sou etéreo como qualquer geografia,
          Sou imune a superficialidades,
          Sou retrato fiel de um amor desmedido,
          De um amor anacrônico
          Suportando todas as dores
          Espargindo todas as cores
          Como bênçãos jorradas num único sussurro:
          Seu nome!
          Valeria muito para mim, refletir e repetir este nome
          A cada instante, a cada metro da minha caminhada
          E seria a canção do meu amor mais profundo
          E seria a minha trilha sonora.
          Assim, pela estrada, escreveria
          Na calçada fria seu nome
          E cantaria nas esquinas embevecidas
          A mais linda canção...
          E ela retornaria aos meus ouvidos
          Em apenas três sílabas:
          VA      LÉ       RIA
          Valeria a pena caminhar?
          Não!
          Eu queria correr para teus braços
          E abrir as portas do teu coração,
          Assobiando minha mais bela
          E monocórdia canção:
          VA    LÉ       RIA