BRASIL,
o país do festival
Música significa
"ARTE DAS MUSAS”. Na mitologia grega, as musas representavam seres
celestiais, divindades que inspiravam as artes e ciências. Eram nove ao todo e
gostavam de frequentar o monte Parnaso, na Fócida, onde faziam parte do cortejo
de Apolo, Deus da Música.
Portanto, bem vindas as
musas e seus seguidores ou perpetuadores dessa inspiração. Bem vindos os
príncipes e princesas da música, que com seu talento promovem as trilhas
sonoras de nossas vidas menos míticas e, por vezes, mais cruéis e assustadoras.
Década de 60/70. A
liberdade de expressão torpemente pilhada, os sonhos tolhidos pelos homens de
estrelas, escutas por todo lado, torturas, “amigos presos, amigos sumindo assim
prá nunca mais”: inquisição do mundo moderno.
Os valores arrancados a
fórceps se ressentiam do atrofio das asas e necessitavam soltar seu grito de
liberdade, “quae sera tamen”. E o grito veio! E ele veio em forma,
principalmente, de canção.
A música que sempre
servira para embalar festas, fomentar romances, contar e cantar histórias,
enaltecer nações ou simplesmente expressar noções, então, convertera-se em canto
de ideologia, em cadência de manifesto e de protesto contra a ordem vigente. O
assum preto não queria mais tão somente “a sina de uma gaiola, desde que o céu
-ai!- pudesse oiá”. Ele queria olhar o céu e voar no céu e povoar no céu do
meu, do nosso Brasil.
O campo de pouso: Os
festivais da canção!
A estratégia: letrinhas
presumivelmente insossas, com bandeiras de ordem subjacentes às entrelinhas, às
“entrerrimas”.
Ah, os festivais!
Tantos Chicos, Oswaldos, Miltons, Caetanos, Gils, Bethânias, Naras, Ritas,
Guilhermes, Robertos, Jairs, Elises, Belchiores. Quantas pedras transformadas
em jóias que cantaram e cantam seus dissabores censurados. Era uma
efervescência tamanha e sem algum precedente em toda a história de musas,
ninfas e músicas.
Agora me vem esta coisa
tosca e vil de se cultuar a superficialidade de letras (de baticuns repetitivos)
tão miasmáticas, tão as mesmas.
Será preciso uma
contemporânea inquisição, porém não tão santa, para se promover novos campos de
batalha musical nos moldes e na extensão daqueles festivais?
Mesmo que eu esteja
sendo saudosista e de querela angustiosa, ainda acredito na parceria
letra/canção. Ainda acredito na procela se insurgindo do mais profundo mar de
lirismo coerente, aconchegante e útil, contra a mediocridade das letras de agora,
contra os hits que fazem apologia a todo tipo de vilania que nada acrescenta,
apenas denigre e inibe a inteligência e a sensatez.
Seja bem vindo III
FESTIVAL CANTALÃO (oxalá que venha logo!).
Seja bem vindo João
Aluá!
Um abraço PortalVip,
pela iniciativa e pela ousadia
Um abraço em dó, ré,
mi, fá e afeto a todos aqueles que ensejam um novo estribilho para a autêntica
música popular brasileira.
2 comentários:
Excelente texto, triste realidade...parabéns Paulo Pazz
Excelente texto, triste realidade...parabéns Paulo Pazz
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