“Escuta o trem-de-ferro alegre a cantar,
Na reta da chegada pra descansar...”
Paralelos sinuosos, feito cobras brilhantes,
Rasgando a terra, a distância e o tempo.
Como estria sobre o cerrado,
Sobrevive, agora,
mineral
de fuligem e sal,
Na direção do sol nascente...
Foi poema, transportando sonhos;
Foi música, engolindo pessoas e afetos;
Foi canto longínquo, embalando almas e corações.
Enquanto longe ia, levava anseios
E quando vinha, trazia noticias e beijos dos de lá.
Levou tantas saudades e desacertos...
Trouxe tantos regressos e sorrisos!
Eram tempos do comboio-quase-moradia
E seus leitos sacolejantes,
Que nem colo de mãe ninando.
Saudades daqueles vagões azuis,
Convertidos em memórias lentas e perenes.
“Vem, morena, ouvir comigo esta cantiga.
Sair por esta vida aventureira...”
Vem, morena, misturar-se a esse turbilhão de pernas,
A essa multidão de braços ausentes de abraços,
A essas muitas mãos desfraldando despedidas,
A outras mãos que se derramam no calor do regresso.
Corpos suspensos nas janelas mínimas,
Por onde se descortina a trilha eterna dos trilhos.
Vem, morena, montar o cavalo de aço,
Mochila nas costas, calça jeans e botas...
Meu expresso suporta a mim, a você e a nossos sonhos.
Vem, morena!
Partilhar saudades e aventura não é fato novo.
Ouça o apito rasgando o vento.
Já é hora de partir, deslizar pelos trilhos,
Nesta trilha de ida, mas também de chegança.
Se achegue mais em mim! Façamos um trio!
Eu, você e os trilhos!
O estribilho é farfalhar de árvores,
Que são vultos, que são sombras, que são borrões
Dormentes no final da curva.
Não borre sua maquiagem!
Deixe que o tempo a desfaça na hora certa.
Agora é hora de ouvir a sinfonia (in)acabada... e sentir.
“Escuta o trem-de-ferro alegre a cantar,
Na reta da chegada pra descansar...
Tanta toada eu trago na viola,
Pra ver você mais feliz...”
Na reta da chegada pra descansar...”
Paralelos sinuosos, feito cobras brilhantes,
Rasgando a terra, a distância e o tempo.
Como estria sobre o cerrado,
Sobrevive, agora,
mineral
de fuligem e sal,
Na direção do sol nascente...
Foi poema, transportando sonhos;
Foi música, engolindo pessoas e afetos;
Foi canto longínquo, embalando almas e corações.
Enquanto longe ia, levava anseios
E quando vinha, trazia noticias e beijos dos de lá.
Levou tantas saudades e desacertos...
Trouxe tantos regressos e sorrisos!
Eram tempos do comboio-quase-moradia
E seus leitos sacolejantes,
Que nem colo de mãe ninando.
Saudades daqueles vagões azuis,
Convertidos em memórias lentas e perenes.
“Vem, morena, ouvir comigo esta cantiga.
Sair por esta vida aventureira...”
Vem, morena, misturar-se a esse turbilhão de pernas,
A essa multidão de braços ausentes de abraços,
A essas muitas mãos desfraldando despedidas,
A outras mãos que se derramam no calor do regresso.
Corpos suspensos nas janelas mínimas,
Por onde se descortina a trilha eterna dos trilhos.
Vem, morena, montar o cavalo de aço,
Mochila nas costas, calça jeans e botas...
Meu expresso suporta a mim, a você e a nossos sonhos.
Vem, morena!
Partilhar saudades e aventura não é fato novo.
Ouça o apito rasgando o vento.
Já é hora de partir, deslizar pelos trilhos,
Nesta trilha de ida, mas também de chegança.
Se achegue mais em mim! Façamos um trio!
Eu, você e os trilhos!
O estribilho é farfalhar de árvores,
Que são vultos, que são sombras, que são borrões
Dormentes no final da curva.
Não borre sua maquiagem!
Deixe que o tempo a desfaça na hora certa.
Agora é hora de ouvir a sinfonia (in)acabada... e sentir.
“Escuta o trem-de-ferro alegre a cantar,
Na reta da chegada pra descansar...
Tanta toada eu trago na viola,
Pra ver você mais feliz...”
Um comentário:
Ao deslizar os olhos da alma neste poema, percorri os trilhos em que passei, e foram tantas idas e vindas, tantos sonhos inacabados, múicas poemas rsrs trilhas dos trilhos, enfim tu descreveste o tempo o meu tempo que como um Trem toca o apito na chegada e na partida.
Lindo o Poema, meu coração chorou de saudades daquilo de que não chegou, saudades do que se foi, saudades de mim mesma.
Parabéns mais um vez Poeta, tocaste mais um coração
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